Na oncologia atual é de suma importância o tratamento multidisciplinar, envolvendo médicos (oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas, patologistas, radiologistas etc.), enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, biomédicos, dentistas e muitos outros profissionais, devido à enorme complexidade da doença e suas diferentes abordagens terapêuticas.
São agentes que combatem o câncer. Atualmente, os agentes antineoplásicos mais utilizados são a quimioterapia, a hormonioterapia, a terapia alvo tirosina quinase e a imunoterapia. Eles podem ser administrados via oral, endovenosa, subcutânea ou intramuscular.
Os agentes antineoplásicos atuam na destruição das células do câncer. Eles combatem o câncer através da quebra da célula tumoral, da redução da alimentação hormonal do tumor, da desregulação das mutações tirosina quinases e da estimulação do sistema de defesa imunológico contra o câncer. E podem ser utilizados na neoadjuvância, adjuvância e no tratamento paliativo, sejam sequenciais, combinados ou isolados.
Evite perder consultas e chegar atrasado. Antecipe sua chegada para que possa se acalmar e se concentrar para a consulta. Venha sempre acompanhado com familiar e/ou cuidador. Traga os relatórios e encaminhamentos que recebeu. Organize os exames e laudos na ordem cronológica das datas que eles ocorreram. Apresente seu diário de tratamento com o registro de seu histórico, sintomas, remédios e dúvidas para que sejam esclarecidas. Comunique todo e qualquer uso de medicamentos, bem como planos futuros de tratamentos e viagens. Use roupas confortáveis e que favoreçam o exame médico. Tenha tempo para falar e permita tempo para ouvir. Caso se lembre de algo relevante após a consulta, comunique imediatamente. Se as consultas serão periódicas, aproveite para agendar o horário da próxima consulta.
Normalmente, o câncer surge sem ser percebido. Quando surge algum sinal, o cirurgião ou o clinico são os primeiros a conhecer o paciente. O oncologista clínico poderá auxiliar no esclarecimento de dúvidas e solicitar exames que ajudarão definir o diagnóstico, o mais breve. Quase sempre, o oncologista clinico, o cirurgião e o radioterapeuta atuarão em equipe para definir o diagnóstico e o melhor tratamento contra o câncer. Eles também o encaminharão para outros especialistas, quando necessário.
O oncologista clinico irá direcionar os exames e os procedimentos necessários para o esclarecimento do diagnóstico e a definição do estadiamento. Ainda, avaliará o estado cardiovascular, pulmonar e renal do paciente, além de orientar sobre nutrição e hidratação. Em seguida, programará o tratamento para melhor resultado terapêutico. O paciente será acompanhado durante todo o tratamento e sua evolução, seja ambulatorial, domiciliar ou se ocorrerem internações hospitalares.
Sim. Quanto mais precoce iniciar o tratamento, melhor será o resultado desse combate. Entretanto, é necessário o diagnóstico histopatológico e o estadiamento. Além disso, o paciente deve estar apto para iniciá-lo, isto é, deve estar nutrido, hidratado, sem infecção e distante do risco de complicações pós-cirúrgicas. A avaliação global e multidisciplinar é fundamental para discernir o momento seguro para iniciar o tratamento.
Durma bem. Alimente-se bem. Hidrate-se bem. Faça uso dos medicamentos dados como preparativos para a quimioterapia. Converse, pergunte e esclareça todas as dúvidas. Após a quimioterapia, se estiver cansado, procure repousar e recarregar as energias. Sempre que possível, procure realizar atividade física aeróbica supervisionada, diariamente. Se estiver disposto, siga sua vida normal. Faça uso dos medicamentos prescritos para diarreia ou constipação, aftas e mucosite, náuseas e vômitos, dor e dispepsia. Hidrate bem a pele. Enxague bem a boca. Tenha sempre um termômetro. Sempre ligue para informar as ocorrências não esperadas ou de alerta (por ex.: febre). Respeite seus limites e evite manobras exaustivas ou radicais. Fica proibido o tratamento dentário sem autorização do oncologista clínico. Evite produtos químicos, tóxicos e industrializados desnecessários.
Antes da administração, confirme com a enfermeira o nome da medicação, a dose e o seu nome. Durante a administração, observe se ocorrerá dor, queimação, vermelhidão, prurido, desconforto na garganta, falta de ar, agitação ou tremores. Mantenha-se atento sobre o local da administração. Guarde os comprimidos em lugar seguro, confirme o nome da medicação, a dose, a validade e se a quantidade será suficiente para seu tratamento. Obedeça a orientação de tomar antes ou após refeições e tente manter o mesmo horário nos dias seguintes. O ciclo menstrual poderá ficar irregular durante o tratamento, e a atividade sexual deve ser realizada sempre com preservativos e anticoncepcionais (indicados pelo ginecologista). Sempre informe se algo estiver diferente, fora do esperado ou se houver alguma dúvida.
A equipe multidisciplinar é fundamental para o sucesso do tratamento. Fazem parte desta equipe: enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, cirurgiões dentistas, familiares, amigos, cuidadores e você. É essencial manter a saúde mental e a autoestima; preservar o melhor estado nutricional; manter o desempenho cardiorrespiratório, a força muscular e a mobilidade. Também é essencial a avaliação e o acompanhamento da saúde bucal para todos os pacientes que receberão quimioterapia com risco de mucosite e radioterapia de cabeça e pescoço.
Neutropenia febril é uma emergência oncológica devido ao alto risco para infecções graves. Ocorre quando há febre em vigência de baixa imunidade, detectada no hemograma (neutropenia). Saiba que não são todos os agentes antineoplásicos que elevam o risco de neutropenia febril e infecções. Tenha sempre um termômetro e verifique periodicamente a temperatura axilar, principalmente entre os dias D+7 até D+14, após a data que iniciou o uso do antineoplásico. FEBRE é sinal de alerta! Comunique seu médico e procure o atendimento médico mais próximo. É necessária a avaliação médica, avaliação de sinais vitais (pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura e saturação de oxigênio com oxímetro) e pesquisa se há infecção. Em alguns casos, deverão ser coletados exames de hemocultura e urocultura, além de ser iniciado antibiótico na primeira hora do atendimento, devendo o paciente permanecer internado no hospital. Entretanto, em outros casos, a febre pode ser apenas um resfriado ou mesmo efeito colateral de algum medicamento utilizado. Assim, mantenha a calma e comunique seu médico no mesmo dia que ocorrer a febre, tremores ou fadiga. A fadiga e o cansaço muito fortes, nesse período, podem ser um sinal de que a febre está por vir. Para reduzir o risco de infecções: evite cortes em depilação, unhas e barba; não retirar cutículas; não usar desodorantes e enxagues bucal que contenham álcool; não realizar procedimentos dentários, colonoscopia e endoscopia sem autorização; realizar higiene uro-anal com água e sabão, não usar papel; evitar alimentos crus ou de origem incerta.